Num belo poema, Bertolt Brecht indaga: "Que tempos são esses, quando falar sobre árvores é quase um crime? Pois significa silenciar sobre tanta injustiça". A indagação brechtiana aflora, com intensidade, na última década, para os geógrafos preocupados com a justiça social, em vários lugares do mundo. A Geografia quase sempre falou de árvores... ao falar dos homens colocou-os como elementos da paisagem, analisou-os como se analisam árvores e rochas. É essa a memória incômoda que acompanha o pensamento geográfico. Sua dissecação no presente, quando esta disciplina vive um amplo processo renovador, é um pressuposto para a construção do saber geográfico mais generoso, orientado no sentido do progresso social.
Sumário sintetizadoHistória da pequena crítica em Geografia no BrasilManoel Fernandes de Sousa NetoUma outra história crítica?Wagner Costa RibeiroCapítulo 1 O objetivo da GeografiaCapítulo 2 O Positivismo como fundamento da Geografia tradicionalCapítulo 3 Origens e pressupostos da GeografiaCapítulo 4 A sistematização da Geografia: Humboldt e Ritter Capítulo 5 Ratzel e a AntropogeografiaCapítulo 6 Vidal de La Blanche e a Geografia Humana Capítulo 7 Os desdobramentos da proposta lablachianaCapítulo 8 Além do Determinismo e do Possibilismo: a proposta de HartshorneCapítulo 9 O movimento de renovaçõa da GeografiaCapítulo 10 A Geografia PragmáticaCapítulo 11 A Geografia Crítica