Para Butler, aquilo que move politicamente alguém é sempre o momento em que o sujeito ou o coletivo asseguram o direito à vida. É justamente quando não há nenhuma autorização prévia existente e nenhuma convenção parece viável. Assim como para Michel Foucault, uma de suas referências mais importantes, isto vale para a normatização das sexualidades, dos sujeitos e para todas as relações de poder, sejam elas explícitas ou camufladas.
É este perfil subversivo que interessa a esta coletânea de ensaios escritos por autores brasileiros que atuam em áreas diversas, transitando da psicanálise à comunicação e às artes. Mais do que um legado ou revisão bibliográfica de Butler, busca-se um acionamento de questões que parecem relevantes quando pensadas localmente.